Esclarecer dúvidas e boas práticas no uso desta nova forma de transporte.
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Parabéns pela compra do teu primeiro carro elétrico! Agora que entraste no mundo da mobilidade elétrica, há algumas coisas que precisas saber para aproveitar ao máximo o teu novo veículo.
Primeiro, vamos falar sobre a bateria. As baterias dos carros elétricos podem durar muito tempo, mas é importante que tu as mantenhas carregadas. Certifica-te de que o carro esteja sempre conectado a uma fonte de energia quando não estiver em uso e de que a bateria não fique abaixo de 20% de carga. Além disso, evita carregar a bateria até 100% com frequência, pois isso pode diminuir a vida útil da bateria das de química NCA e NMC. Excepto as de LFP que o devem ser a 100% regularmente para calibração do estado de carga correto. Mantendo estes cuidados simples, garantirás que a tua bateria dure o máximo possível.
Outra coisa importante é saber onde carregar o teu carro elétrico. Existem muitos pontos de carregamento disponíveis, desde estações públicas até carregadores residenciais. Certifica-te de ter os aplicativos necessários para localizar e reservar um ponto de carregamento e planeia as tuas viagens com antecedência, levando em consideração a disponibilidade de carregadores ao longo do caminho.
Não te esqueças de que os carros elétricos têm um tempo de carregamento mais longo do que os carros a gasolina. Isso significa que vais precisar levar em consideração o tempo necessário para carregar o carro durante a tua viagem. No entanto, com um pouco de planeamento, podes minimizar o tempo de espera e desfrutar de uma viagem tranquila.
Por fim, não deixes de experimentar todas as vantagens do teu novo carro elétrico. Além de economizar dinheiro em combustível, os carros elétricos são mais silenciosos, mais suaves e mais eficientes do que os carros a gasolina. Conduzir um carro elétrico é uma experiência única e emocionante que não vais querer perder!
Espero que estas dicas sejam úteis e que aproveites ao máximo o teu novo carro elétrico. Boa sorte e boas viagens!
Os veículos elétricos (battery electric vehicles
- BEV) podem recarregar a sua bateria de 3 formas diferentes: pontos de carregamento privados, rede de carregadores públicos e regeneração baseada na desaceleração do veículo.
Quando em marcha, o eixo do motor ligado às rodas é usado nas travagens, em vez dos calços dos travões, para assistência à redução de velocidade, e essa força das rodas faz girar o motor e gerar energia que é usada para recarregar a bateria do veículo.
Diferentes tipos de carros têm diferentes capacidades de energia regenerada, mas é possível, em certas viagens, ter mais energia na bateria no final do que no início da viagem.
O mesmo fenómeno apresenta uma limitação: quando a bateria está completamente carregada, deixa de ser eficiente travar o veículo com o motor, porque não há para onde direcionar a energia gerada e pode mesmo não travar corretamente.
A rede pública é constituída por todos os carregadores que podem ser usados, de acesso público e não restrito, mas não pertencem ao condutor. Por exemplo, a rede MOBI.E, destination chargers, redes de supermercados ou shoppings, Tesla Superchargers, etc.
Os carregadores públicos dividem-se em duas grandes categorias: carregadores AC (corrente alternada, como alimenta as nossas casas) e DC (corrente contínua, tal como nas baterias).
Poderemos encontrar postos de carregamento públicos, com diferentes potências disponíveis e formatos de fichas:
Nota: nos do tipo PCR, PCSR e PCUR, é também comum encontrar fichas do tipo Menekes (AC, com potência até 50 kW).
Em Portugal, por opção do legislador, ao contrário do resto da Europa, a rede pública de carregadores é gerida por uma entidade designada MOBI.E https://www.mobie.pt/. Pensa nela como o equivalente da SIBS a gerir a rede de multibancos (ATMs).
Enquanto noutros países é comum cada rede ter o seu próprio explorador e precisar de uma forma de contrato com cada operador (seja cartão RFID, App, etc.), ou no melhor dos casos simplesmente aceitar cartão de crédito, cá qualquer carregador que esteja na via pública ou parques, terá que obrigatoriamente ser ligado à rede MOBI.E.
Se por um lado há benefícios para o utilizador, por poder usar qualquer posto com qualquer fornecedor, por outro lado limita um pouco aparecer algumas formas concorrentes.
É uma das razões pelas quais não há mais postos Tesla Supercharge a serem abertos.
Retirado do site da MOBI.E
A MOBI.E, S.A., é uma empresa pública que atua, desde 2015, como Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME), assumindo a responsabilidade da gestão e monitorização da rede de postos de carregamento elétricos, designadamente em termos de fluxos energéticos, de informação e financeiros.
Para iniciar o carregamento num posto é normalmente preciso ter um contrato estabelecido com um CEME, um comercializador de energia.
Normalmente é fornecido ao cliente um cartão RFID (pensa em contactless), tag RFID ou através da App no telemóvel. Cada uma de essas 3 opções é válida e tendencialmente universal nos postos de carregamento.
Dada a legislaçao do AFIR, começam também a aparecer postos que aceitam cartões de débido/crédito, para além do já existente ad-hoc via QR Code.
Alguns CEMEs requerem contratos físicos assinados, enquanto outros podem ser feitos totalmente numa App em regime de pré-carregamento, cartão de crédito ou Débito Direto em pós-pagamento mensal.
Uma lista dos comercializadores disponíveis pode ser encontrada em: https://www.mobie.pt/web/mobi.e/redemobie/comercializadores-e-operadores
Alguns comercializadores, como a EDP, Galp, LuziGas, Iberdrola, oferecem descontos quando o contrato para carregamento elétrico é conjugado com um outro contrato residencial/comercial.
Exemplos de Apps são a https://www.miio.pt/ e https://www.viaverde.pt/particulares/via-verde/onde-e-como-usar/via-verde-electric
Nota:
Um utilizador pode ter conta em vários comercializadores e várias Apps. Na sua grande maioria, não há custo de abertura ou manutenção das contas, o que permite optar pela melhor oferta num determinado momento.
Recomendo começar por ler os detalhes da estrutura tarifária da MOBI.E .
A um nível muito alto, o preço do carregamento na rede de postos públicos ligados à MOBI.E é composto por 4 grandes partes:
CEME, o comercializador de energia (pensa em EDP ou Galp). É quem te vende a energia que carrega o teu carro. Normalmente há um custo de ativação (~0,07€) e depois o custo por kWh de energia consumida. Em alguns casos, pode ser ao minuto.
OPC, quem monta e explora o posto que vais utilizar. Normalmente há um custo de ativação (~0,30€) e depois o custo ao minuto pelo tempo que se está a utilizar o posto, mesmo que já tenhas acabado de carregar, pois estás a ocupar o lugar que outra pessoa podia precisar de usar.
Em alguns casos, pode ser cobrado em kWh da energia fornecida. Em casos extremos, pode ser cobrado ambos ao minuto e kWh (uma parte é para a entidade que detém o local físico onde é montado o posto).
Tarifa EGME, Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica, também conhecida como MOBI.E. Uma taxa que permite cobrir os custos da sua atividade regulada, aplicada a CEMEs, OPCs e DPCs. Coisas como o custo dos SIM cards para comunicação dos postos, etc. Este valor vem das parcelas de ativação dos dois itens anteriores.
Estado Português. Imposto especial sobre o consumo de energia elétrica (IEC) e o imposto sobre o valor acrescentado (IVA).
Vamos a um exemplo:
A taxa OPC (o que explora o posto, ou seja, pagas por lá estar estacionado) em carregadores CCS2 de 50kW ou mais varia entre 0,05€/min e 0,40€/min (no carregador da Moon Power, em Lisboa), 0,085€/kWh (em postos da Repsol) e 0,07€/kWh e 0,512€/kWh (da IONITY, os postos mais caros do país, mas capazes de 350 kW ou 400 kW).
A isto junta-se normalmente ~0,30€ (acresce IVA) por sessão de carregamento.
A EDP e o LIDL são quem mais postos explora no país. A EDP normalmente cobra 0,11€/min e o LIDL 0,08€/min, tornando-os os mais comuns e geralmente mais económicos. Acresce IVA.
Depois, temos o custo CEME, que é aquilo que pagas ao teu operador elétrico pela energia elétrica que carregaste efetivamente.
A EDP, por exemplo, cobra um valor fixo de 0,27€/kWh, enquanto a ViaVerde cobra 0,1616€/kWh.
Já a Miio tem um preço indexado ao valor de mercado, que varia ao longo do dia.
Assim, para uma viatura com uma bateria com capacidade usável de 45kWh, que tem 20% de bateria restante quando chega ao posto de carregamento e que se pretende carregar até aos 80%, quanto vai custar?
Ora, 45 * (80-20)% = 27kWh
de energia necessária. Se o teu fornecedor for a ViaVerde, serão cobrados 0,1616€/kWh.
27*0,1616 = ~4,37€
Num carregador da EDP com 50kW, seriam precisos 33 minutos, cobrados a 0,11€/min.
33*0,09 = 2,97€
.
Adiciona a isso 0,035 + 0,297€
de ativação/EGME, IEC e IVA.
Depois há a TAR, publicada pelo regulador do setor energético, a ERSE.
Enquanto isso, a aplicação da Miio e o site wwww.comparaervilhas.pt são normalmente utilizados por muitos utilizadores para simular os custos totais, dando maior facilidade e transparência ao consumidor.
Se a viatura tiver um consumo médio de 17kWh / 100km
, os 27kWh de energia que colocámos na bateria permitiriam percorrer 159km.
Os 8,19€ dão 0,05€/km
, ou 5€/100km
.
Atualmente, a minha recomendação passa por utilizar a ACP, Luzigas (quando o preço do OMIE está mais baixo), a ViaVerde, a High Green Power ou a Prio. E de preferência os carregadores CCS2 do LIDL.
Uma lista de Postos ordenados por custo do OPC está disponível em: Postos
Uma lista de Fornecedores de Energia ordenados por custo do CEME está disponível em: Comparador CEME
O que torna bastante cómodo os BEV é poder carregar em casa. Ao contrário dos carros a combustão ou térmicos (vulgo ICE) que implica ir mexer numa bomba de gasolina toda suja ;)
E para carregares em casa há algumas opções. Há que distinguir uma casa de lugar de garagem em prédios.
Para casas há duas opções, relativamente simples:
Uma é utilizares qualquer tomada convencional e que limita a 16A (3,7kW). Por favor, não ligues em extensões nem em cabos longos e enrolados, para evitar sobreaquecer.
A outra é adquirires uma wallbox das muitas ofertas no mercado e usares a ficha type2 para carregar a viatura. O limite vai depender do que a instalação doméstica permite.
Pode ser interessante reveres o contrato com fornecedor de energia e considerares propostas bi-horário ou tri-horário. Vai sempre depender de quantas horas do dia passas em casa.
Para quem tem lugar de garagem em prédios (seja Box ou lugar aberto) há 3 opções:
Esta é de longe a opção mais simples.
Para aqueles que já têm pré-instalação com ligação ao apartamento ou a condutas para passar cablagem, podem fazer qualquer uma das instalações referidas para Residências, pois é tudo igual.
Um pouco mais complexo, mas quando não há possibilidade de ligar ao apartamento, podemos ligar aos serviços comuns do prédio.
Há algumas desvantagens, pois implica reportar a quem paga as contas do condomínio o consumo mensal para fazer acertos, e nunca vai permitir mais do que 3 condomínios ligar as viaturas ao mesmo tempo, devido ao total de energia que se pode ligar à instalação.
Nestas situações, temos que instalar um contador, um quadro elétrico (com disjuntor, diferencial e corte de emergência), e uma tomada ou wallbox. Tirando o custo da wallbox, o custo desta instalação pode ascender a 300€, e ainda falta o custo do cabo elétrico desde o quadro dos serviços comuns até ao local onde fica a viatura.
Aqui as opções de carga são 3,7kW (16A) ou 7,4kW (32A) em monofásico, e 11kW (16A) ou até 22kW (32A) em trifásico.
O Fundo Ambiental tem um projeto de apoio chamado Incentivo pela Introdução no Consumo de Veículos de Emissões Nulas.
Nele inclui-se o programa Carregadores para veículos elétricos em condomínios multifamiliares com ligação à Rede Mobi.E.
Isto permite-te, que tens lugar de garagem em condomínios, candidatares-te a apoios de até 80% de 1000€ do custo de instalação de uma wallbox, e de até 80% de 800€ da wallbox.
A condição é que fique ligada à Rede MOBI.E pelo menos 24 meses.
A grande vantagem desta solução é que os cartões ou Apps que usas na rede pública MOBI.E podem ser usados nesta instalação privada, ao custo que é cobrado pelo comercializador contratado, independentemente dos serviços comuns do prédio e sem ter que haver acerto de contas, pois o mesmo é feito pela E-REDES (o operador da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal Continental das redes de alta, média e baixa tensão).
Como não há OPC (o explorador do posto), o único custo é mesmo a energia. E como é para veículos elétricos, não há taxa audiovisual, etc.
Alguns dos CEME recomendados.
CEME | Tipo de tarifa | EUR/kWh | EUR/min |
---|---|---|---|
LUZiGÁS | Indexado (cliente) | Sim | |
LUZiGÁS | Indexado (não cliente) | Sim | |
High Green Power | Fixo | Sim | |
Tesla | Fixo | Sim | |
ACP Electric by EVIO - sócio ACP | Fixo | Sim | |
EVIO | Fixo | Sim | |
Prio Electric | Fixo | Sim | Sim |
Via Verde Electric | Fixo | Sim | |
Cartão EDP Charge | Fixo | Sim | |
Continente Plug & Charge | Fixo | Sim | |
Miio | Indexado | Sim |